Depois de vários artigos a divulgar crimes públicos e de ter sido dado conhecimento do mesmo à GNR, a Capitão Cláudia Santos foi promovida a Major.
A pergunta é legítima e fundada: o crime compensa?
Em Maio do ano passado o Tugaleaks noticiou que um militar do Destacamento de Trânsito de Carcavelos tinha-se barricado em casa com uma arma de serviço em casa, ameaçou familiares e a sua própria vida, destruindo a mobília. Em Dezembro do ano passado o militar volta à patrulha, sem processo disciplinar e sem processo de averiguações. Bastou pedir à agora Major Cláudia Santos para regressar e assim foi.
Em Julho do ano passado a Capitão Cláudia Santos deu uma ordem para ir buscar um Tenente Coronel e a esposa e deixa-los no seu carro porque estava a chover, usando o dinheiro dos contribuintes para taxis pessoais. Em Outubro do ano passado existiu uma reunião entre o Tenente Coronel e a visada para se alterarem os factos, tendo a mesma coagido os militares a indicarem a sua história numa certa versão mais favorável.
Em Novembro do ano passado a mesma visada, promovida a Major na semana passada, tentou tramar um militar com a ajuda do ex-companheiro, num processo onde se faziam questões como “o senhor cheirava a cão?”. O processo encontra-se arquivado, tendo sido levantados falsos testemunhos por parte da agora Major Cláudia Santos.
Também em Dezembro do ano passado, a visada e o Comandante dos Bombeiros do Dafundo tentaram tramar um militar porque cumpriu o seu trabalho e multou uma ambulância, colocando em causa a integridade de um dos militares mais respeitados no destacamento.
Finalmente, em Dezembro do ano passado, o Tugaleaks demonstrou que a visada, responsável máximo na altura do Destacamento de Trânsito de Carcavelos, não tinha conhecimento prático das regras de trânsito e que as aplicava mal.
Encontram-se aqui em causa, em abstracto, alegados crimes de coação, tráfico de influências, peculato de uso, difamação e perseguição.
A GNR nada fez, apesar de notificada sobre todas estas situações.
Há poucos dias a Capitão Cláudia Santos
foi promovida a Major
O Tugaleaks teve acesso aos documentos da sua promoção, que foram assinados pelo punho do Comandante Geral da GNR em Novembro, já depois de alguns crimes terem sido alegadamente cometidos:
Tivemos ainda acesso à nota da ordem de serviço que confirma a promoção:
O Tugaleaks tentou contactar e inforamr da prática dos alegados crimes, o Ministério da Administração Interna, o Gabinete de Imprensa da GNR e o Gabinete do Comandante Geral. Todos estas tentativas sem sucesso. Sem resposta ao Tugaleaks, todos violaram os prazos legais de resposta que constam no Código do Procedimento Administrativo.
Crimes deviam ter sido comunicados
A Dra. Paula Gouveia Andrade, advogada, afirmou ao Tugaleaks, em abstracto, que “crime público é um crime em que basta que o Ministério Público tenha conhecimento, por qualquer via, da sua ocorrência para instaurar o processo crime” e que “sendo o eventual crime reportado à GNR, deverá a mesma dar notícia do mesmo ao MP, sob pena de violação de um seu dever legal e funcional“.
Até ao momento o Tugaleaks não verificou essa comunicação.
Contactadas as duas principais associações sindicais, Nuno Guedes da APG/GNR informou-nos apenas ter conhecimento da promoção da actual Major mas não teceu quaisquer comentários. Já José Alho da ASPIG indicou que “não acredito que na altura da apreciação para a promoção houvesse um processo pendente. Pertenci muitos anos ao Conselho Superior da Guarda e situações destas ficavam sempre na situação de ‘demorado'”.
A pergunta inicial mantém-se, e é feita aos nossos leitores: o crime compensa?
Entretanto, a promoção é paga por todos os contribuintes, com o “nosso” dinheiro.