A Ministra da Justiça nomeou um diretor para um cargo que faz a gestão financeira do Ministério da Justiça sabendo que este estava envolvido num processo de… má gestão financeira.

A Câmara Municipal de Lisboa encomendou um estudo no valor de 27 mil euros, estudo esse que não se encontra na Câmara Municipal de Lisboa.
A situação foi investigada pela Unidade Nacional de Corrupção, deduzindo acusação contra Rui Pereira.
Na altura, foi atribuído o estudo a uma sociedade de advogados da qual Rui Pereira tinha ligações familiares com, pelo menos, uma das sócias da referida sociedade.

Embora Rui Pereira tenha indicado, em interrogatório, que tinha deixado “o estudo em cima da mesa”, tal facto não convenceu a procuradora do Ministério Público, que enviou o caso para julgamento.
Actualmente, o director do IGFEJ  está acusado de participação económica em negócio e falsificação de documentos

 

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Paula Teixeira da Cruz, Ministra da Justiça @ Diário Digital

 

Mas, enquanto todo este processo decorria, e depois de sair da Câmara Municipal de Lisboa, a Ministra da Justiça nomeou-o para um cargo de gestão financeira ao mesmo tempo que era arguido num processo de má gestão financeira.

“Eu quando fui chamado para prestar declarações (…) isto não me pareceu incómodo”, diz Rui Pereira quando questionado, em fase de interrogatório, sobre se esta nomeação lhe parecia incómoda.

Sobre a sua nomeação, indicando que “eu sempre defendi que titulares de lugares público, políticos, ou de alta administração pública, desde que seja feita a acusação, deve de imediato cessar funções, sempre defendi isso e sempre defenderei”.
Questionado de seguida “porque é que não se demitiu?”, Rui Pereira disse, naturalmente, que “porque eu acredito que vou ficar inocente“.

 

Ministra da Justiça conivente com nomeação

Rui Ferreira, actual director do IGFEJ com funções suspensas, diz que combinou com a Ministra da Justiça que, pontualmente irá verificar se a sua ausência do seu cargo prejudicada o IGFEJ.
O agora acusado, suspendeu funções e não se demitiu. Questionado sobre esse facto, afirmou que “existe uma conversa entre mim e a Ministra da Justiça (…) onde eu estabeleci um tempo, e estabeleci também, que se a Sra Ministra da Justiça ou eu acharmos que está prejudicada a gestão do IGFEJ, serei exonerado ou pedirei a exoneração“, ou seja, mesmo sabendo tendo informação de que a investigação ter dado numa acusação, a Ministra da Justiça continuou e confirmou a confiança política em Rui Pereira.

Sobre este facto, o Gabinete de Imprensa da Ministra da Justiça não pretendeu fazer comentários.