A REFER além de despedir mais de 500 trabalhadores o ano passado, anda a desligar escadas rolantes fora da hora de ponta. Depois de avisados, andam a desligar apenas nas estações menos movimentadas.
A mobilidade do cidadão é algo um bastante normal hoje em dia. Facilita uma escada rolante numa hora de ponta, quando as pessoas estão cansadas e quando querem acima de tudo chegar a casa a tempo e horas.
A mobilidade torna-se também um aspeto fulcral não só para o cidadão comum mas também para o cidadão com deficiência, temporária ou definitiva. Desde uma pessoa com muletas até uma pessoa cega, todos têm além do cidadão normal a sua vida dificultada.
Tudo começou pela altura do Natal, quando as escadas da maioria das estações geridas pela CP (todas de Penalva para Setúbal e as estações de Lisboa, que ligam também a Sintra onde há reports não confirmados de haver escadas rolantes também nestas situações) estarem paradas a partir das 21h ou 22h da noite. Podia ser uma avaria, mas depressa se detetou que não era. Isto foi originalmente enviado ao Tugaleaks em inícios de Janeiro. Desde então temos verificado a situação e na última semana vimos que algo estava demasiado errado: passado quase um mês as escadas rolantes estavam desligadas à noite no horário noturn
Um vigilante de uma das estações adiantou que foi a REFER que tinha pedido para desligar as escadas rolantes.
Vídeos com escadas rolantes paradas com indicação das horas
Foi apresentada uma reclamação por um membro do Tugaleaks na estação de Coina nas bilheteiras da FERTAGUS, e contactada a REFER por e-mail. A REFER até ao momento não respondeu, mas a FERTAGUS tendo um mecanismo legal e prazos para cumprir já respondem, conforme carta que expomos:
Tendo isso em conta, no dia de ontem as escadas rolantes estavam já a funcionar numa estação que, contadas, tinha 37 pessoas na plataforma. O nosso espanto é que uma das estações após Penalva, gerida pela CP, e onde apenas saíram 9 pessoas, tinha as escadas rolantes paradas. Tudo no mesmo dia. Coincidência?
Esta pode ser uma forma camuflada de corte nos custos. A REFER teve o seu raiting baixado tal e qual como a CP para “quase incumprimento” e despediu o dobro dos trabalhadores previstos.
Já a CP, que também é afetada por este “corte de custos” na REFER, tem algumas escadas rolantes paradas ao final do dia nas suas estações.
O Tugaleaks considera que este é um ataque gravíssimo à mobilidade em transportes coletivos e conforto das pessoas que, muitas das vezes para circular nessas linhas, pagam mais de 100EUR de passe por mês.
Vamos mais longe e convidamos todos os deficientes que se sintam afetados com esta situação, a recorrer as mais altas instâncias e fazerem-se valer do Decreto-Lei 123/97 de 22 de Maio, que visa “permitir a acessibilidade das pessoas com mobilidade condicionada, na via pública, nos edifícios públicos e equipamentos coletivos”.
Os passes aumentam. A qualidade dos transportes públicos diminui.
Justiça, JÁ!
Actualização a 1 de Fevereiro as 14h:
A Refer responder ao nosso e-mail.
O e-mail segue-se:
Em resposta ao seu e-mail, que agradecemos, informamos que a REFER procedeu a um ajuste no horário de funcionamento das escadas rolantes, no período de menor circulação, de forma a otimizar o consumo de energia, passando este equipamento a ser desligado a partir das 22:00 horas.
De modo a assegurar o acesso às instalações por parte dos utentes com mobilidade reduzida, os elevadores permanecem em funcionamento até ao fecho da estação.
Com os melhores cumprimentos,
Fernanda de Brito Silva
REFER – Direção de Comunicação e Relações Internacionais
Mais uma vez, provada a injustiça para com a população.