Estaremos perante um erro, um abuso de licenciamento ou um cartel de licenças a um baixo custo? Questionámos o Gabinete do Primeiro Ministro, mas não obtivemos resposta.
Pouco depois do fundador da Wikileaks ter sido detido há algumas semanas, após largos anos de asilo político no Equador, a Wikileaks divulgou uma quantidade imensa de informações.
Além da divulgação de um relatório sobre Madeleine McCann efetuado pela Polícia Judiciária, outra informação tornou-se bastante comentada nas redes sociais: a aquisição, pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações de uma licença Microsoft para o Office. Só que a licença é para… estudantes.
Um Ministério pode ter estudantes? Tudo faria mais sentido se fosse o Ministério da Educação, mas um Ministério que nada tem a ver com educação levanta um pouco as suspeitas.
É que no documento, disponível aqui, pode-se ler que a licença ”destina-se exclusivamente a estudantes, professores e funcionários da instituição educacional qualificada acima indicada”. Ou seja, um Ministério que trata de obras e comunicações torna-se numa instituição de ensino.
“Hey, os organismos públicos também podem ser piratas! Isso é racismo”, diz uma das muitas reações feitas a esta descoberta, publicada por originalmente a 12 de abril no Twitter.
Consulta o documento aqui:
O Tugaleaks tentou contactar o Gabinete do Primeiro-Ministro para obter esclarecimentos face a esta aparente discordância com o licenciamento da Microsoft, mas não obtivemos qualquer resposta. Iremos continuar a monitorizar esta situação para tentar saber o número de licenças de estudantes compradas pelo Governo, se tal for possível.
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Imagem: Montclair