Um novo “Tancos da GNR” pode ser uma correta descrição deste acontecimento. Tugaleaks teve acesso exclusivo a fotografias do local.
O Tugaleaks teve acesso a um conjunto de fotos que mostram uma “lixeira” da GNR de Portalegre sem quaisquer condições, sem vigilância e, segundo fontes confirmaram ao Tugaleaks, onde até chove dentro deste local.
O local é designado como “arrecadação”, em Portalegre, por trás do Museu da Tapeçaria em Portalegre. Esta arrecadação era originalmente do Exército mas foi, em data não apurada, transferido o seu controle para a GNR.
Esta mesma informação foi confirmada por fonte oficial do Exército, que informou ao Tugaleaks que “existem diversas infraestruturas militares (“prédios militares”) em Portalegre que, apesar de terem sido utilizadas pelo Exército no passado, estão atualmente cedidas a outras entidades, nomeadamente à Guarda Nacional Republicana (GNR)”.
[ads[]Munições de guerra em sacos de supermercado
As condições que existem nesta arrecadação, confirmadas pelas fotos que divulgamos, são bastante más. Com efeito, pelas fotos é possível identificar vários materiais, entre eles bastões, coletes, uma scooter, material de guerra, material de transmissões a montes, colchoes velhos, moveis, documentação antiga, munições, detergentes, arreios dos cavalos, coldres, extintores, material de bar, material de cozinha, etc.
Um olhar mais atento permite apurar que existem munições de guerra em sacos de supermercado bem como material inflamável e que pode por em perigo não só o Museu, a poucos metros de distância, mas também a saúde pública. Algo um pouco irónico, já que a GNR é o órgão de polícia criminal responsável pela fiscalização ambiental.
Confere as fotos aqui (nota: se, em dispositivos móveis as fotos não abrirem, clica aqui para abrir as fotos numa nova janela):
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## “Condições miseráveis, afirma sindicato da Guarda
César Nogueira, presidente da APG/GNR, contactado pelo Tugaleaks para comentar esta situação, afirmou que “om base na informação que temos, quer pelas fotos quer por informação que nos chegou, apenas nos cabe dizer que esta é mais uma das muitas situações que não dignificam em nada a Instituição GNR e os seus profissionais. Com as condições miseráveis do local, com os próprios materiais, que se conseguem verificar serem inflamáveis, não esquecendo as muitas munições, é por mais evidente que qualquer profissional da GNR que lá se desloque por qualquer situação, está a arriscar a sua integridade física”.
O sindicalista realçou ainda que “este tipo de situações só ocorrem porque quem tem responsabilidades de Comando não respeita os seus subordinados, tratando-os como números”.
César Nogueira afirma ainda, em nome da APG/GNR, que o IGAI ( Inspeção Geral da Administração Interna) “proceda rapidamente a uma fiscalização e que aja consequências para quem tem de salvaguardar pelo bem estar dos seus subordinados”.