O ‘apagão’ que vigora das 2.30 às 5 da manhã em todas as freguesias do concelho de Gouveia teve início em Janeiro de 2011 por decisão do Sr. Presidente da Câmara, Dr. Álvaro Amaro. O Presidente da Câmara informou os presidentes de Junta do que se iria passar. O argumento foi a poupança.

 

Gouveia à noite

 

O Sr. Presidente disse na Assembleia municipal “que outros concelhos seguiram este caminho”, que “desde Janeiro, a iluminação pública aumentou 4,5% e o IVA pago à EDP passou de 6% para 23%”, acrescentando que “aqui residiria o tal aumento de custos para o Município, na ordem dos 100 mil euros/ano, isto se nada fosse feito”.

Os cidadãos acreditam que é necessário poupar, mas que não será necessário apagar luzes em bairros inteiros, em freguesias inteiras, fazendo com que, num minuto, o concelho desapareça na noite.

No início, o ‘apagão’ foi total, mas à medida que o tempo foi passando o executivo camarário decidiu manter algumas zonas com um mínimo de iluminação, nomeadamente na cidade de Gouveia, o que não foi suficiente para que as populações se sentissem seguras no meio de tanta escuridão, sobretudo nas aldeias e dentro dos bairros.

Houve assaltos, houve tentativas de roubo de gasóleo de carros estacionados, houve vandalismo, houve bombeiros que não conseguiram chegar ao quartel no meio da noite e não combateram fogos. Quem sabe uma grande coincidência, ou um acaso do destino, até porque segundo o Sr. Presidente que “não há nenhuma relação entre não haver luz à noite e o aumento de criminalidade”.

Um grupo de cidadãos juntou-se para manifestar o seu desagrado. Fez-se uma pequena manifestação à entrada de uma das últimas Assembleias Municipais. Nada disto demoveu a Câmara de manter o apagão. Criou-se uma página no facebook, criou-se uma petição com um texto muito simples e claro. As pessoas dizem que concordam… poucas assinam.

A petição diz “a iluminação pública é essencial à qualidade de vida nos centros urbanos, permitindo aos habitantes desfrutar, em segurança, do espaço público no período noturno; ajuda a prevenir e é dissuasora da criminalidade; e é essencial a todos os que, por motivos de trabalho ou até de emergência, são obrigados a permanecer ou a passar pelas ruas do concelho durante o período do Apagão”.

“Não tendo compreendido os motivos que levaram a este corte radical – mas aceitando que é necessário que haja poupança em todos os sectores da vida pública neste momento que o país vive – sugerimos que se tomem outras medidas de poupança nesta autarquia, que poderão até passar por cortes na iluminação pública, mas que não influenciem tão negativamente a qualidade de vida dos cidadãos deste concelho”, acrescentam os signatários, sublinhando que este seu pedido “fundamenta-se no exercício de uma cidadania empenhada e participativa”.

Na última Assembleia municipal, no dia 24 de Abril, o Sr. Presidente disse:

Foram 153 as pessoas que subscreveram o abaixo-assinado contra o ‘Apagão’? Podiam ser 1.500! O ‘Apagão’ é uma coisa feia, da qual também não gosto. Mas, elegeram-me para correr esse e outros risco e assumo a responsabilidade”, disse Álvaro Amaro, reafirmando que a medida não suscita qualquer receita, mas “representa cerca de 100 mil euros que deixamos de pagar”. Rejeitou ainda um aumento de insegurança provocado pelo ‘Apagão’, reafirmando que a medida será revista, ou até suspensa, durante o Verão. (fonte: Notícias de Gouveia)

Concorda-se com toda a teoria da poupança, e sabemos que tudo isto se vai tornar um “não-assunto” daqui a uns meses, quando chegar o verão e tudo voltar, por um breve período de tempo, ao normal… mas depois do Verão, volta-se à escuridão.

Este grupo de cidadãos não quer nada de radical, apenas manter níveis mínimos de iluminação durante a noite. Não podem estar todas as luzes acesas? Ok, acenda-se “luz sim, luz não”. Mas sem radicalismos, por favor. Nem teimosias.

Petição online

 

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