A polícia acusa-os de serem uns arruaceiros, que mandam tomates podres às sedes dos partidos e fazem tanta coisa… menos serem tratados com o direito de qualquer cidadão. Aconteceu a 19 de Maio.

Manifestação RUA COM TODOS: PSP com tiques de censura

O Tugaleaks esteve presente até aos Restauradores e não presenciou tomates ou actos de violência para com sedes de partidos ou outras quaisqueres. Infelizmente não estivemos presente onde deviamos estar, por forma de outros compromissos. Na Praça da Figueira foram cercados pela PSP, revistados e alguns detidos. Conforme já tinhamos anunciado anteriormente, foram impedidos de falar com os seus advogados porque não estavam “detidos” mas sim “retidos”.

A fotojornalista Adriana Morais da VISÃO contou-nos um pouco do que aconteceu e como a sua liberdade enquanto trabalhadora e cidadão pode eventualmente ter sido limitada por aqueles que nos deviam proteger:

“Estive presente na manifestação anti-autoritária do passado dia 19 em Lisboa, como fotojornalista.

Acompanhei toda a manifestação e no final, já na Praça da Figueira, os manifestantes foram cercados por vários polícias. Felizmente consegui ficar de fora. Continuei a fazer o meu trabalho e um polícia chamou-me a atenção com uma voz calma “Sabe que estes polícias têm família e filhos”. Respondi-lhe: “E os outros também. Estou aqui apenas a fazer o meu trabalho.” O polícia, percebendo que não iria conseguir aquilo que queria, virou as costas. Uns minutos depois um polícia à paisana (um dos vários que estavam presentes) coloca-se exactamente em frente à minha objectiva, impedindo-me de fotografar. Eu desvio-me e continuo a fotografar e ele volta a colocar-se à minha frente. Esta “dança” repetiu-se várias vezes.

Como cidadã acho inadmissível isto acontecer. Qualquer pessoa tem o direito de registar o que acontece num espaço público e eu, como fotojornalista, tenho esse dever.“

 

Fotos de Adriana Morais

 

Mais uma vez, assistimos ao uso da nossa polícia para motivos que não os supostamente definidos pela lei.
Fazemos ainda uma chamada de atenção à PSP para que altere os seus infiltrados “do costume”, pois “toda a gente já sabe quem eles são” (palavras de um manifestante).