Esta é a foto da mais recente polémica que envolve o nome de Rui Rio. Como é do conhecimento público o despejo do Es.Col.A da escola do Alto da Fontinha, as condições em que foi efectuado, o facto de ter impedido a um colectivo autogestionado de suprir gratuitamente as competências que a Câmara Municipal do Porto tem por missão e que não concretiza; levaram a uma onda de indignação que percorreu o país. Foram várias as reacções: manifestações em várias localidades, deface ao site da CMP, declarações de solidariedade de movimentos sociais, as ocupações de Coimbra com as Hortas de Abril e de Lisboa com São Lázaro 94 (entretanto mandada despejar e reprimir por alguém que confunde a Pedra de Roseta com o emparedar de uma porta), e, como não podia deixar de ser apareceram as inscrições nas paredes e a sempre contestatária street art. Na foto, publicada na capa do último número do guia de restaurantes Porto Menu, ornando airosamente um dos torreões do Mercado do Bolhão, pode ler-se, em letras garrafais, RIO ÉS UM FDP.
Ferido na sua, já periclitante aos olhos do povo, honorabilidade Rui Rio reage como donzela cuja virtude foi mortalmente ofendida, manda retirar a publicação de circulação dentro dos espaços municipais e ameaça processar a Porto Menú. Ora a Porto Menú não é de distribuição exclusiva no universo das instalações camarárias e como tem uma tiragem de 80.000 exemplares para distribuição nacional e internacional não vai ser fácil censurá-la. Diz ele que se trata de uma fotomontagem, que a inscrição nunca lá esteve… Defende-se, em declarações à imprensa, Manuel Leitão , director da publicação em causa negando o ter havido fotomontagem. Acrescenta ainda não entender a dita inscrição como um insulto ao autarca pois, como referiu à imprensa: “Que eu saiba, “Rio” é um substantivo próprio que significa um curso de água e o resto são três iniciais, um verbo e um artigo”.
Qual o significado desta sigla? Que interpretações permite a fortuita conjunção de três consoantes? Foi em busca de uma explicação a tão singelo enigma que surgiu no Facebook um grupo que procura dar respostas. E como de um movimento de cidadãos se trata e não de uma autarquia, governo ou comissão parlamentar, as respostas não se fizeram esperar. Eis algumas das hipóteses interpretativas já sugeridas:
– Rapaz Insopurtavelmente Opressor és um Foco de Putrefação
– RIO és um Fio De Porcaria!
– Rio És um Fanático Do Poder!
– Rio, és um Furúnculo dos Pés?…
– Rio, és um Fã de Prince!
– RIO és um Fontanário De Poluição
– RIO ÉS UM FRITO DA PINHA
– Rio, és um Falhanço De Presidente
– Rio, és um Farsola Do Pior!
Ou ainda quem tentasse contextualizar a sua interpretação:
– Ambrósio, apetecia-me algo…
– Talvez um Ferrero Rocher?
– Não, algo assim mais…
– Eventualmente uma sandocha de torresmos?
– Não era bem isso. Ai, ambrósio, ajude-me… uma coisa assim popular para desenfastiar que estou farta de profiteroles, bonbons e outras coisas chiques… ai eu sei lá…
– Tomei a liberdade de pensar nisso Madame. Aqui tem um pratinho de Fressura de Porco de coentrada.
Confiando na capacidade de resposta da população portuguesa aos apelos à inovação e à creatividade, estamos certos que serão muitas mais as interpretações que irão ser sugeridas nos tempos mais próximos. Esta foi apenas uma amostra…
Ricardo Castelo Branco