É natural para as acompanhantes, ou garotas de programa, se depararem com pessoas desconhecidas com bastante regularidade. Quer sejam clientes novos ou habituais, para que tudo corra de forma respeitosa e em segurança, deverão, antes de mais, ser impostos limites bem claros para todos.
Esses limites incluem desde toques ou carícias indesejadas, observações inapropriadas, avanços sem consentimento, violência, ou até mesmo simples questões de índole mais pessoal, como tentar recolher dados sobre a sua família, moradas, histórico de clientes, entre outras informações privadas que a acompanhante não se sente confortável em partilhar, nem tem nenhuma obrigação de o fazer. Existem relatos de acompanhantes que afirmam ter clientes que fazem perguntas mais invasivas com o objetivo de as tentar humilhar e manipular, sob ameaça de exporem a sua atividade aos seus familiares.
Se o cliente não souber respeitar os limites, a acompanhante estará no seu direito de terminar por aí o encontro, quer seja por motivos de segurança pessoal, de dignidade ou proteção da sua identidade.
Caso os serviços da acompanhante estejam expostos numa página da internet, deverão estar disponíveis os termos e condições, onde, com uma linguagem bem clara, estejam definidas algumas regras. Obviamente que o bom senso deverá sempre imperar neste tipo de acordo, mas nunca é demais expor algumas regras para não dar aso a qualquer tipo de abuso ou mal-entendido.
A fronteira entre o que é ou não é permitido, deverá estar bem definida especialmente em serviços que envolvam BDSM, um conjunto de práticas consensuais que inclui bondage e disciplina, dominação, submissão e sadomasoquismo. Nessas práticas, é comum e recomendável que seja sempre definida uma “palavra de segurança”, popularmente conhecida pela sua versão em inglês: safe word. A palavra de segurança é um código acordado por ambas as partes, cliente e acompanhante, e deverá ser proferida sempre que um deles desejar interromper de imediato um determinado ato, indicando assim que terá atingido o seu limite físico ou emocional.
Alguns serviços de acompanhantes podem ocorrer, intencionalmente ou não, em ambientes e situações mais românticas, podendo, inclusive, ser propício a um maior envolvimento e até ao desenvolvimento de sentimentos genuínos de paixão, amor ou sentimento de posse da parte do cliente para com a acompanhante.
Não são assim tão raros os casos em que um cliente se apaixona pela acompanhante que contratou! Situações como essa podem levar a que o cliente tente uma aproximação fora da dinâmica da acompanhante, tal como contactá-la fora do âmbito “profissional”, persegui-la, tentar obter o máximo de informação sobre ela. Nestes casos, até mesmo a oferta de um presente, poderá ser visto pela acompanhante como um ato de tentativa de aproximação e gerar desconfiança, a não ser que as intenções dessa oferta estejam bem definidas.
A imposição prévia de limites, desde o momento da reserva do serviço, é crucial, salvaguarda tanto o cliente como a acompanhante, e é algo que, sendo discutido, permitirá que ambas as partes desfrutem e tirem todo o partido do momento com segurança e respeito.
Definir limites em qualquer situação pode ser desconfortável e complicado, e neste caso específico, poderá ser ainda mais delicado, pois envolve uma fachada de intimidade que quando confrontada com a realidade, pode significar a perda de um cliente para a acompanhante e uma experiência desagradável para o cliente.