A PSP pediu a várias escolas, por carta, a identificação de alunos ciganos com cadastro para “ajudar” numa investigação. A mesma PSP nega a carta enviada.
A Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Almada enviou para algumas escolas, diversas cartas a solicitar a “identificação de alunos de etnia cigana” e e “se algum destes alunos está referenciado pela prática de ilícitos”.
A situação foi denunciada por jornalistas em grupos de Facebook mas foi no Jornal O Crime que teve o maior destaque na passada quinta-feira em manchete na primeira página. Este pedido viola a Constituição da República e o Art.º 13 do Tratado da União Europeia bem como a ética e bom nome desta força policial.
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PSP desmente envio de Carta
A carta que pode ser lida neste artigo e também no Jornal O Crime e está à vista de todos. No entanto, o seu envio foi desmentida pela PSP. Em resposta ao jornal, a PSP informa:
A PSP agradece o contacto, e sobre o assunto em apreço informa-o que a PSP não divulgou qualquer pedido com os conteúdos em apreço, nem nunca o faria citando raças, etnias, nacionalidades, etc, como aliás é regra da Instituição em qualquer comunicação interna ou externa. É tudo quanto nos cumpre levar ao conhecimento de V. Exa., para os devidos efeitos.
Com os melhores cumprimentos,
Marília P. Santos – chefe do Departamento dos Sistemas e Informações e Comunicações da Direcção Nacional da PSP.
Professores revoltados
Segundo declarações ao Jornal O Crime, existem vários professores revoltados com a situação. Leia-se por exemplo este testemunho:
O que está em causa, acima de tudo, é esta forma ao estilo da PIDE, procurando criar uma lista negra dos excluídos. Qual a razão de se pedirem apenas da “raça cigana”
e não se pedir os nomes dos filhos dos deputados que andam à noite drogados e bêbedos a conduzir e fazer todo o tipo de disparates?
É grave, tal como é grave irem à RTP pedir as imagens sobre uma manifestação. Estamos a entrar num caminho muito perigoso para a democracia.
O Jornal informa ainda que uma escola incumbiu os directores de turna a fazerem a recolha desses “dados” de famílias ciganas.
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