Trabalhadores desesperam para fazer contas à vida. Há quem não vá trabalhar por não terem dinheiro para transportes. Falta ordenado e parte dos subsídios de Dezedmbro.
O Tugaledaks denunciou em Janeiro um “leak” na Internet onde se via documentação confidencial da empresa Moviflor que dava conta de vários desmentidos bem como de lucros e informações contraditórias sobre o pagamento do subsídio de férias e Natal, que até hoje não foi recebido por completo pelos trabalhadores.
Hoje, o problema é o mesmo, mas mais grave. O Tugaleaks está em contacto com vários trabalhadores da Moviflor. Existe quem já tenha recebido o ordenado mas também quem ainda não tenha recebido. Hoje, dia 9, passa um dia do pagamento das rendas, e vários dias da compra dos passes para deslocações, já para não falar nos bens essenciais.
Um dos trabalhadores chegou mesmo a criar um perfil no Facebook para denunciar a situação onde afirma “mais um dia sem saber que rumo ei de dar a minha vida, hoje não fui trabalhar porque simplesmente não tenho dinheiro para pagar o passe dos transportes”.
O trabalhador faz ainda referência a mais dificuldades, dizendo no mesmo perfil que foi “penhorar uma pulseira de ouro que é das poucas lembranças que tenho da minha querida mãe, que deus a tenha em paz, para poder alimentar os meus filhos”.
Já o blog Não nos calamos denuncia também alterações “no dia do mês” em que quem não for cliente do BANIF tem a possibilidade de receber ordenados mais tarde do que os colegas do BANIF.
Moviflor confirma que ordenados “estão a ser pagos”
Contactada pelo Tugaleaks, Eugénia Dias, Diretora de Markting, informou-nos que a empresa “confirma que os ordenados de Janeiro estão a ser pagos e que, apesar da conjuntura que afecta o sector e o país, e das suas consequências, está empenhada em continuar a honrar os seus compromissos”.
Trabalhadores queixam-se de intimidações
Depois da denúncia do Tugaleaks e dos documentos terem sido expostos online (e ainda continuam) foi enviado, segundo vários trabalhadores, um comunicado interno a reprovar tal atitude. Tem desde então havido “grandes perseguições” e os trabalhadores sabem que “quem der a cara e tocar nestes assuntos fora da empresa é despedido”.
Sindicado permanece calado
Na mesma altura em que contactámos a Moviflor contactámos também o sindicado que até agora não nos respondeu.