O Orçamento de Estado apresentado ontem mostra cortes brutais na saúde. A Xerox não vende directamente segundo o apoio a clientes, o que é falso. Algo aqui está errado…
A descoberta é feita no site dos Ajustes Directos e diz respeito a um montante de 52 560,00EUR para “aquisição de resma de papel fotocópia”. Este contrato feito em 27 de Junho e com o prazo de entrega de um ano, sendo equiparado a 36.363 folhas por dia. Para a saúde. Apenas num conselho em Portugal. O contrato é omisso na quantidade e gramagem de folhas, o que no mínimo indica um contrato mal registado e com falta de informação básica.
O contrato é feito entre a Xerox Portugal – Equipamento de Escritório, Lda. E a Sub-Região Saúde de Braga
As contas são simples:
52560€ / 1.98 (preço resma) = 263545 resmas * 500 (folhas por resma) = 13.272.727 folhas / 365 dias = 36.363 folhas por dia.
Se o preço estiver mal, mesmo aumentando para um preço “normal” de mercado, continuam a ser demasiadas folhas.
O mais estranho no meio desta história foi o Tugaleaks ter contactado o apoio ao cliente que disse que “só vende a revendedores e fornecedores” directamente. Aparentemente o estado é excepção e desta forma podemo-nos apenas basear no preço que o Tugaleaks obteve das suas fontes.
A questão é, na era da informática e é preciso gastar cerca de 36.000 folhas por dia para um conselho ao nível da saúde?
A Computerworld avançou em Setembro que “A Xerox Portugal assinou um Memorando de Entendimento com o Governo português, envolvendo os Ministérios da Educação, da Economia e Inovação, da Ciência e Tecnologia e das Finanças. Este memorando tem por objectivo promover a literacia digital e a inovação empresarial, e procura contribuir para competitividade económica, para a empregabilidade e para o desenvolvimento da sociedade da informação.”
Aparentemente, uns meses mais cedo, existiu a venda de papel para não promover o “desenvolvimento da sociedade da informação”.