O que te passa pela cabeça se alguém estivesse no teu terreno a colocar alguma coisa que não te pertence? Foi o que aconteceu com um poste num terreno privado, na zona de Loulé.

Tudo começou com a compra de um terreno em 2017. O poste, que já se encontrava no terreno, nunca teve autorização de ninguém para ali estar. Mas esteve.

E esteve durante mais de dez anos sem que nunca tenha sido autorizado. Fontes confirmaram ao Tugaleaks que esta era uma prática corrente na expansão de ADSL e linhas telefónicas feitas antigamente: se era necessária a expansão e existia um terreno “livre” fora da estrada, era sempre dada prioridade a esse local para colocar um poste.

Em 18 de novembro de 2018 foi solicitada na loja MEO de Faro a retirada do poste. Isto porque o terreno já tinha autorização de construção. Disseram-lhe que o processo demorava um mês.
E foi precisamente apenas um mês depois que um técnico se dirigiu ao terreno para avaliar a situação. E até hoje, nada foi feito.

Com um projeto de construção a avançar e ainda uma compensação ao construtor de 100EUR por dia porque com o poste as máquinas não podiam entrar, no dia 15 de fevereiro de 2019 a proprietária do terreno foi à mesma loja apresentar uma reclamação por escrito.

“Pareciam robots” , conta ao Tugaleaks, referindo-se ao tratamento dado pela MEO. “Sentia-me uma cidadã a quem tiraram todos os direitos, sou cliente da MEO há mais de vinte anos”. O contacto com a empresa tornou-se repetitivo, sendo informada sempre da mesma forma (ou que estava em análise, ou que iria ser contactada em breve).

A situação chegou a um ponto em que a proprietária do terreno entrava nos anúncios patrocinados da MEO que via nas redes sociais e escrevia o seu desagrado. Afinal, estava sem resposta e com um prazo já demasiado ultrapassado.

As mensagens cingiam-se a informações como “estamos a verificar esta situação junto da nossa equipa técnica, entraremos em contacto consigo acerca da resolução da mesma com a maior brevidade possível”. E o tempo a passar.

O Tugaleaks contactou a MEO. Fonte oficial informou que “o tema que nos coloca está a ser tratado junto do proprietário do terreno, que aliás já foi informado que o trabalho de remoção do poste fica concluído até ao dia 29 de março”.

Parece que finalmente, quatro meses depois, a situação vai ser resolvida.
Ou então não.

Já que, tanto a proprietária como o proprietário anterior não foram informados deste facto, tal como indica fonte oficial da PT.

Quanto tempo mais vai estar esta cidadã com os seus direitos comprimidos por uma empresa privada sem que responsabilidades sejam tomadas? Estas e outras perguntas foram igualmente feitas à DECO PROTESTE, que até à publicação desta notícia não enviou qualquer resposta.

 

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Foto: MEO