Num fórum da Internet, totalmente aberto e público, militares da GNR ameaçam Mário Soares e tratam-no por “bochechas”.

Mário Soares

 

Foi no Fórum GNR que tudo acontece. O fórum é aberto e qualquer pessoa se pode registar sem muita dificuldade. Ali, tratam-se assuntos da vida de polícia, falam-se de viaturas roubadas, dá-se legislação e trata-se de tudo um pouco. Ali, aberto, na Internet.

O que nos leva a escrever este artigo é a resposta que foi dada nesse fórum onde várias pessoas alegadamente tentam ameaçar o antigo Presidente.

O 2º sargento “foca branca” comenta que “Sempre que este senhor e outros da laia dele, Manueis alegres, almeidas santos, Antonios Soares para opinar sobre qualquer assunto, arvorando-se na arrogância de tudo saber e de tudo criticar, só da vontade de lhes dar uma “tarte”.
Já o 2º sargento 387Silva vai mais longe e afirma “Mal empregadas 30 munições que gastei hoje na carreira de tiro…. disparadas noutra direcção faziam bastante jeito ao país…”, numa clara ameaça colocada na Internet para todos lerem.
O Furriel António Calmeiro diz ainda “Paga camelo (…) e não bufa”.

Pelas três páginas existem várias informações interessantes sobre a opinião pessoal dos agentes da GNR, alguns que parecem até estar envolvidos na situação do antigo presidente.

Recorde-se que há alguns dias o antigo Presidente da República Mário Soares foi apanhado num carro onde o motorisca conduzia a 199km/hora. Enquanto ainda esta semana disse que “há pessoas a passar fome” e “as pessoas estão a ficar desesperadas”, o carro onde seguia, fruto de regalias de ter sido antigo Presidente da República, custou mais do que dinheiro suficiente para colocar algumas dessas pessoas com comida na mesa.

Assim vivemos em Portugal, onde militares criticam forças do estado (ou antigas forças do estado) e o seu 25 de Abril, onde o estado deixa continuar  num fórum aberto e sem restrições de acesso, pessoal das forças de segurança com opiniões tão extremistas… quanto uma simples “tarte”, ou algo mais; e uma clara falta de respeito para com uma ex-figura do estado.

Fica a pergunta: se os militares são assim para quem já lá esteve no poder e, infelizmente, ainda tem poder, como serão para o povo que mal se pode defender? O exemplo vê-se na manifestação de 22 de Março.

Ficamos á espera de mais um inquérito, arquivado, sobre este caso.