Testemunho exclusivo de um membro dos Anonymous que esteve na “linha da frente”, a quem chamaram inclusivamente “colega”, mostra os pormenores ainda não revelados.
Chama-se Tom O Gato e não tem medo de se identificar como membro dos Anonymous. Ele esteve na linha da frente e subiu, passo a passo com os polícias que ontem se manifestavam na Assembleia da República. A maioria dos polícias achavam que… ele era polícia.
No momento em que foi para subir a escadaria, um agente agarrou-lhe no braço esquerdo e na mão, e outro vendo que ele estava a fazer live stream agarrou-lhe apenas no braço. Juntos, marcharam, enquanto os cerca de 40 agentes destacados pelo Ministério da Administração Interna recuavam a cada degrau que os manifestantes subiam.
Eles diziam “hoje é que é, hoje é que é” enquanto se preparavam para o grande momento. Um dos agentes ao lado deste membro dos Anonymous disse ainda, já no cimo da escadaria, “já viste colega, estavam ali os chefes a armarem-se, já viste colega?”, pois os polícias destacados correram literalmente para cima mal os primeiros passos foram dados.
O vídeo disponibilizado na conta de Bambuser do Tom O Gato mostra a linha da frente e a subida que foi efectuad:
(o vídeo é melhor visualizado sem som)
A intenção foi mostrar a força, subir as escadas, chegar mesmo as portas da assembleia e ainda ouvi bocas que para a semana estariam lá outra vez. Será que estão?
Nesta altura, o MAI terá que destacar mais agentes, pois de acordo com as informações recolhidas no local os agentes eram manifestamente insuficientes.
O pedido para recuarem veio de um sindicalista que disse “já chega” e pediu para se sair dali. Mas durante várias vezes, os polícias que se manifestavam viraram as costas ao parlamento em sinal de protesto.
“Se perdem controlo da polícia, é o fim”
Um agentes que esteve naquela manifestação confidenciou ao Tugaleaks, sob anonimato, que “se eles perdem controlo da polícia, é o fim da macacada”, “eu não estava a pensar subir, mas os cortes e com a força dos meus colegas deram-me aquele impulso”.
Este agente mostrou-se ainda “um pouco incomodado” com as reacções que o MAI poderá ter, nomeadamente na instauração de processos aos agentes.
Quanto ao Tom O Gato, confidenciou-nos ainda que “cheira-me a que alguma coisa esta a ser preparada”.