Se juntarmos estas duas notícias, é possível associar a distinção de “classes” que n os últimos anos se tem vindo a acentuar cada vez mais.

Foi ontem aprovado o diploma que prevê que os funcionários públicos passem a trabalhar 40 horas semanais. Com os partidos de esquerda a votarem contra, pode dar-se o facto do diploma ser enviado ao Tribunal Constitucional, tendo em conta as declarações de Carlos Zorrinho (PS) ao Público, onde afirma que “neste contexto, o PS utilizará todos os meios políticos e constitucionais ao seu alcance para que estas leis não sejam aplicadas””.

 

Função pública tem mais horas de trabalho enquanto Deputados podem vir a ter mais férias

 

O PSD argumentou com o cumprimento do memorandum da Troika, que tem colocado o pais numa crise que se agrava mês após mês.
Jorge Paulo Oliveira (PSD) explicou que este é um sistema que “investe nos trabalhadores, na sua requalificação e na sua experiência e, nessa medida, protege o seu direito fundamental ao trabalho”. A explicação não pareceu ter grande impacto nos restantes partidos, excepto no CDS/PP.

 

Férias para deputados podem ser maiores

Por outro lado, enquanto são pedidos sacrifícios aos Portugueses e em especial, ontem, aos funcionários públicos, existe a possibilidade do período de férias da Assembleia ser prolongado, dando mais a quem tem mais.
Segundo uma notícia do SOL publicada ontem, a abertura dos trabalhos parlamentares poderá ser adiada. Normalmente é feita a 15 de Setembro.
Isto porque as eleições, que ainda não estão marcadas, podem perturbar o debate democrático, segundo aponta João Semedo (BE) ao afirmar que o motivo para haver as eleições autárquicas o mais cedo possível é para “evitar o debate político natural em democracia porque acha que esse debate não é vantajoso em altura de campanha eleitora”.