O caso não se passou lá fora.

A Primark, loja de roupa internacional com várias lojas em Portugal, é uma recorrente fonte de críticas por parte das condições de trabalho.

Desta vez a queixa não veio de um trabalhador mas sim de um cliente.

Nelson Lopes, morador de Samora Correio, denunciou na sua página de Facebook que, no final de Janeiro, pelas nove da noite, tinha visto uma jovem, que aparentava ter vinte anos, a pedir para ir à casa de banho à supervisora.

“Comprei um robe por 4 euros, excelente preço, conseguido à custa da exploração de mão de obra barata e da violação dos direitos desta e de outros licenciados que estudam, especializam-se, e acabam às ordens de uma qualquer supervisora que decide a que horas podem ir à casa de banho”, conta Nelson no seu Facebook.

Ao pedir para ir à casa de banho, a supervisora indicou que “ninguém podia sair para a casa de banho” durante mais de uma hora devido ao grande número de pessoas na loja.

O post completo pode ser visto aqui:

 

Colaboradores só podem ir à casa de banho quando a supervisora quiser…Estava na caixa da Primark a pagar as minhas…

Posted by Nelson Lopes on Sunday, January 31, 2016

 

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Funcionários revistados antes de saírem

Tal como indicado inicialmente, não é esta a única queixa que se verifica fazendo uma breve pesquisa na Internet.

Em 2011 o movimento FERVE – Farto Destes Recibos Verdes, denunciou que os trabalhadores da Primark em Braga tinham sido revistados antes de saírem do seu local de trabalho, uma atitude que o FERVE considerou como “um assédio à sua intimidade e só pode ser interpretado como uma atitude intimidatória”.

 

O Tugaleaks tentou contactar a Primark mas, sendo uma Sociedade Anónima em Portugal, tornou-se bastante complicado. O site da Primark por outro lado remete-nos para um formulário que, após ter sido preenchido, nunca teve qualquer resposta.

O site da Primark tem ainda outra nota interessante: uma parte dedicada à ética, onde mostra alegadamente “a seriedade com que a Primark encara as suas responsabilidades”. Parece que a seriedade ainda não chegou a todas as lojas de Portugal.