Técnicos de apoio educativo que não existem, funcionárias auxiliares que estão em falta e… alunos sem aulas extracurriculares. Chegou a desorganização à escola.

Um pouco por todo o país ouvem-se relatos de problemas nas escolas. O Tugaleaks encontrou uma escola com todos os problemas relatados pelo país fora: não tinha professores, não tinha auxiliares e a tentativa de contratar auxiliares não estava a correr bem.

Na sexta-feira foi para muitos encarregados da educação como o chamado “dia da apresentação”. O Tugaleaks sabe que muitos dos professores, naquele dia, não tinham horário atribuído. Na prática, significa que não têm horários ainda definidos para aulas de apoio, actividades extracurriculares ou para a substituição de um professor.

 

Ano lectivo inicia com mais desorganização e menos técnicos e auxiliares

Na escola EB 2 3 Mendonça Furtado, no Barreiro, havia professores que sabiam apenas a sua hora de entrada. Mas não sabiam a hora de saída.
Nessa mesma escola, existiu falta de auxiliares. No dia da apresentação foi garantido pelos professores do ensino primário que “iria ser assegurado apenas o horário da manhã de segunda-feira” e que os pais deviam “ir ligando” para saber como seria a parte da tarde.No dia de ontem, apenas por volta das 12 horas é que um encarregado de educação soube até que horas haviam aulas. No que toca ás actividades extracurriculares, pelo menos nesta escola ainda não estão a decorrer.

O Tugaleaks tentou contactar a escola para confirmar estas situações, mas mostrou-se indisponível.

 

Escolas de risco recebem professores em último lugar

São chamados de TEIP – Territórios Educativos de Intervenção Prioritária, e na prática significa que são as escolas de alto risco. O Tugaleaks sabe que, as também chamadas “escolas de bairros sociais”, são as últimas a terem professores.
Segundo um documento extenso sobre o assunto, “o conceito de exclusão social sobrepõe-se aos conceitos de insucesso e abandono escolar, o que traduz a tensão entre as duas dimensões fundamentais das actuais políticas educativas em Portugal: a democratização, que constitui uma resposta ao carácter tardio e inacabado da construção, em Portugal, da escola de massas e a modernização que acentua a subordinação das políticas educativas a critérios de racionalidade económica”.