Após dois anos de sucessivos confinamentos, trabalho remoto e ajustes das rotinas, numa altura em que se prevê que o mundo esteja mais próximo de voltar ao normal, são muitas as empresas e colaboradores que começam a aguardar o regresso ao escritório.

Se por um lado há quem espere ansiosamente por esses dias, há também que prefira um regime híbrido, ou, muitas vezes, modelos de trabalho remoto. Segundo um artigo da ECO, oito em cada dez trabalhadores portugueses dizem que este regime melhora a sua produtividade.

Um mercado com futuro

O Global Coworking Growth Study estima que em 2024 cinco milhões de pessoas vão já trabalhar em espaços de coworking, num crescimento de 158% face a 2020. O número de espaços de coworking em todo o mundo deve ultrapassar 40.000 até 2024.

A nível global este mercado valia 7,97 mil milhões de dólares em 2020, este ano deverá passar a valer 8,14 mil milhões e em 2025 terá avançado para os 13 mil milhões de dólares. 

Essas projeções refletem não apenas o crescimento que o setor experimentou nos últimos anos, mas também o aumento dramático nas práticas de trabalho flexível e remoto adotadas por empresas em todo o mundo.

Segundo o mesmo estudo, a região da Ásia-Pacifico lidera em número de espaços, mas a Europa vem logo a seguir com quase 5.900.

Os Estados Unidos ainda lideram o maior mercado com mais de 3.700 espaços de coworking em todo o país, seguidos pela Índia (2.197 espaços) e Reino Unido (1.044 espaços).

Em termos de crescimento anual em 2020, dos maiores mercados, Alemanha e Índia são os dois que mais cresceram, seguidos pelos Estados Unidos e Canadá.

Qual o tamanho dos espaços de coworking?

De acordo com o Global Coworking Growth Study, a Ásia é o continente com a maior capacidade média de 114 pessoas, em comparação com os espaços da América do Sul que detinham a menor capacidade média de 54 pessoas.

Dentro da Ásia, a China foi classificada como o país com a maior capacidade, com 282 pessoas em média por espaço, o que é mais que o dobro da capacidade média dos espaços nos EUA – de 105 pessoas.

O coworking em Portugal

Portugal encontra-se entre os 20 países do mundo com maior oferta de espaços de coworking, com cerca de 300 espaços.

Os números apurados pela B. Prime mostram que Lisboa é a região do país com mais espaços de coworking, cerca de 115 espaços, mas é no Porto que esta oferta mais está a crescer, atualmente com 37 espaços na região. No interior também há uma forte dinâmica de novos investimentos que podem, ou não, vir a ter um papel importante no combate à desertificação. 

Os dados recolhidos pela B. Prime mostram que a capacidade instalada nos espaços de coworking em Lisboa permite acolher, no total, mais de 11 mil trabalhadores.

Alguns espaços de coworking em Lisboa, para além da habitual secretária, cadeira e sala de reuniões, hoje em dia oferecem uma variedade de opções, desde espaços para eventos, cafetaria, bar & lounge, galerias de arte, eventos de networking, aulas de yoga, etc., e à medida que mais empresas adotam práticas de trabalho flexíveis, podemos esperar que a capacidade e a oferta continuem a crescer ao longo do tempo.

No Porto, um pouco mais de 2200 pessoas, mas é aqui na zona Norte que as previsões de crescimento também são maiores, para os próximos anos.

A “nova realidade” laboral

Com a adoção dos novos modelos de trabalho remoto, é fácil aceitar as projeções de crescimento deste tipo de espaços nos próximos anos.

Segundo Rui Teixeira, chief operations officer do ManpowerGroup Portugal “percebemos que os modelos de teletrabalho, em formato remoto ou híbrido, estão cada vez mais presentes, sendo bem valorizados pelos trabalhadores, que não querem perder a flexibilidade adquirida durante a pandemia. As organizações devem ir ao encontro destas suas preferências, e apostar em modelos que promovam a flexibilidade de horários e de locais de trabalho, mas também outros incentivos que incentivem a autonomia e a conciliação entre trabalho e vida pessoal. Só assim poderão desenvolver uma proposta de valor única que as torne mais competitivas no atual contexto de escassez de talento”.