WikiLeaks publica vídeo a dizer que Assange é tratado "como um animal enjaulado"

Jullian Assange completa hoje seis meses de prisão domiciliária, e para assinalar a data a WikiLeaks divulgou um comunicado e um vídeo a denunciar as condições em que está detido. “Estão a tratá-lo como a um animal enjaulado”, diz Sarah Harrison, uma das suas colaboradoras mais próximas.

Assange entra na esquadra da polícia em Norfolk, no Sul de Inglaterra, mostra a pulseira electrónica e assina uns papéis. No dia seguinte fá-lo outra vez. E depois outra. No vídeo agora divulgado é mostrada a rotina do fundador da WikiLeaks, os aparelhos electrónicos instalados na sua casa em Elligham Hall, as câmaras instaladas na rua.

Enquanto prossegue o processo de extradição para a Suécia, onde Assange é acusado por crimes de natureza sexual, o fundador da WikiLeaks está a ser vigiado através de diversos dispositivos electrónicos.

“Creio que está a ser submetido a um regime bastante invasivo”, diz Vaughan Smith, o anfitrião de Assange, um dos seus principais apoiantes e o proprietário da casa onde agora vive o fundador do “site” que, no final do ano passado, divulgou inúmeros documentos diplomáticos secretos.

“Tem essas pulseiras que não pode tirar, sabe que podem seguir-lhe a pista, que está numa espécie de cela electrónica”, conta Smith. “Há três caixas [com dispositivos electrónicos] na minha casa, creio que é para dizer se Julian está em casa ou não”.

Assange não fala durante o vídeo, que mostra apenas imagens suas a cumprir rotinas. São os seus colaboradores que falam por ele. Sarah Harrison mostra as câmaras no exterior e sublinha que podem gravar até as matrículas dos carros que ali passam. “Cremos que está a ser vigiado tudo o que entra e sai da propriedade”, diz. Também Vaughan Smith diz estar surpreendido com tanta vigilância. “O país está cheio destas câmaras, mas não sei por que é que são precisas tantas à volta da minha casa.”

Via Público