Hospital fecha funcionário deficiente no refeitório enquanto Secretário de Estado faz visita

Numa visita recente pelo Secretário de Estado da Saúde, Manuel Ferreira Teixeira a um hospital, um funcionário foi alegadamente fechado no refeitório por ser deficiente.

Um sítio “limpinho” é outra coisa. Parece que quando o Secretário de Estado da Saúde fez na passada sexta-feira uma visita ao Hospital de Vila Nova de Gaia, as pessoas quiseram manter a aparência de um Hospital perfeito. Foi por isso que decidiram fechar um funcionário com 56 anos dentro do refeitório, enquanto o Secretário de Estado visitava o Hospital.

A situação é relatada pelo CM do dia 14 de Setembro. Em declarações a este jornal, o funcionário afirma que “A minha chefe chegou-se a mim e disse: ‘Não pode estar aqui. Tem de ir para a casa mortuária ou para o refeitório, onde ninguém o possa ver’”. Eu disse que não tinha roubado nada para ter de me esconder e a chefe ameaçou-me com processo disciplinar por não obedecer e chamou dois seguranças para me levar dali“.

Este funcionário tem 37% de incapacidade – um valor dado habitualmente por uma junta médica, com profissionais de saúde, após avaliação do estado da pessoa que requer um documento de incapacidade conhecido como Certidão Multiúsos. No seu dia-a-dia, Manuel Sobrinho varre as ruas e rega os jardins do Hospital, de muletas.

Durante a visita do Secretário de Estado, o funcionário ficou no refeitório “escoltado” por dois seguranças do Hospital.

 

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“Trataram-me pior que um cão”

Podiam-me ter dito as coisas de outra forma. Fui tratado muito mal”, comentou ainda o funcionário, que trabalha há sete anos no Hospital, ao mesmo jornal.

 

Aberto processo de averiguações

Contactado o Hospital, fonte do Gabinete de Relações Públicas informou o Tugaleaks de que “foi aberto um processo de averiguações” e que “nada mais temos a declarar”.
Contactado o Governo, os Assessores de Imprensa remeteram o caso para a Administração Regional de Saúde do Norte, que, até à publicação desta notícia, não confirmou se o Secretário de Estado tinha conhecimento desta situação.

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