A empresa Fábio Lucci, com várias lojas de roupa em Portugal, declarou recentemente insolvência. São dezenas de pessoas que caminham para o desemprego.
Enquanto o Governo diz que o desemprego está a diminuir, as empresas estão a pedir insolvência. É o caso da Fábio Lucci em Portugal. Embora esta loja exista também em França, é Portugal que se encontra afectado.A insolvência foi decretada a dia 3 deste mês.
Já em 2012 tinham encerrado nove lojas num processo de restruturação causado pela crise, apontava o Publico nesse mesmo ano.
Alegadas queixas de pressão
Aliada à insolvência chegam ao Tugaleaks queixas de trabalhadores que sentem “ameaçados” porque “o gestor de insolvência obriga funcionários a assinar a carta de demissão”.
Contactado o Administrador de insolvência, esta afirma quea a “cessação dos contratos de trabalho obedece ao procedimento do despedimento colectivo, o qual, além de moroso, exige e envolve várias etapas e várias notificações, prevendo-se a sua duração um prazo nunca inferior a 3 / 4 meses, uma vez que estamos a falar de um processo com cerca de 32 trabalhadores” e, negando pressões e ameaças, afirma que “como os trabalhadores estão numa situação precária, exigir aos mesmos que aguardem o decurso de 3 / 4 meses (prazo necessário à instrução do procedimento despedimento colectivo sem receberem qualquer remuneração) é, quanto a nós, uma atitude desumana” e que por isso “o Administrador de Insolvência propõe-se a proceder à cessação dos contratos de trabalho sem recorrer ao procedimento do despedimento colectivo. Porém, para o efeito, o Administrador de Insolvência solicita a cada trabalhador que assine uma declaração onde o próprio declara rescindir do cumprimento dos prazos de pré-aviso legalmente exigíveis, permitindo, assim, que a cessação dos contratos de trabalho produza efeitos imediatos, recebendo cada trabalhador o documento necessário para instruir o Fundo de Desemprego“.
Fonte da Fabio Lucci indicou ao Tugaleaks que, estando presente nas reuniões , não houve qualquer “pressão ou chantagem”.
Por outro lado, um dos vários trabalhadores contactados indicou ao nosso órgão de comunicação social que “não lhes ia chamar pressões, mas a forma como disseram as coisas ficou no ar que a única saída era assinar a carta, e assinei por temer não ter dinheiro para comer no futuro porque ao menos no desemprego ainda se ganha algum para sobreviver“.
Imagem de uma das lojas Fabio Lucci, em França
Sem ordenados em atraso
Ao contrário da notícia avançada pelo nosso site sobre a insolvência da Moviflor no ano passado, onde primeiro vieram ordenados em atraso e depois veio a insolvência, o caso parede bem diferente na Fabio Lucci. Segundo a mesma fonte da empresa, não existem ordenados em atraso, “tendo sido pagos todos os vencimentos de todos os colaboradores até ao dia de ontem, inclusive aos trabalhadores que estavam em casa há mais de mês de meio por via das Lojas onde prestavam a sua colaboração estarem encerradas“.
As previsões do Governo em Agosto eram de que o desemprego iria baixar. Previsões essas deitadas por terra, quando, a pouco e pouco, Portugal vai pretendo lojas e comércio, ganhando desemprego e o desespero familiar.