Quando os cidadãos são questionados sobre as razões pelas quais eles acham que os políticos falham na satisfação das suas exceptativas, a corrupção aparece de forma proeminente na maioria dos inquéritos.
— Manuel Arriaga, Rebooting Democracy
A corrupção é de facto o fenómeno que, isolado, mais danifica a credibilidade de uma governação e a confiança dos cidadãos na classe politica. A corrupção distorce a meritocracia que deve estar na base da ascensão e sustentação da progressão de alguém numa carreira politica ou nos mais elevados escalões do funcionalismo público. Se o Exemplo dado por pessoas em posição de liderança for negativo, se uma Justiça lenta e ineficiente compactuar com estas situações, criar-se-á na sociedade uma percepção generalizada que o Esforço, o Trabalho, a Criativa e a Qualificação não são determinantes para a ascensão sócio-económica de alguém, mas sim, a sua disponibilidade para ceder a tentações nepóticas, de fraude e corrupção.
Por outro lado, e como demonstra o exemplo grego, a disseminação de fenómenos da dita “pequena corrupção” (subornos generalizados a funcionários públicos, fuga generalizada de impostos e economia subterrânea predominante) mostra a necessidade de criar um corpo totalmente independente de investigação e Justiça deste tipo de fenómenos, seguindo os bons exemplos de Singapura e Hong-Kong. De igual modo, na Administração central e autárquica há que lançar um plano nacional de simplificação legislativa e administrativa que reduza o espaço da arbitrariedade das decisões e reduza os corpos legislativos por forma a reduzir a superfície de exposição do Estado a estes fenómenos. Combater a corrupção é também uma forma de estimular a economia, pela via da redução do desperdício e da carga fiscal que assim pode ser reduzida e desviada para fins socialmente mais úteis.