Quando nos oferecem dinheiro na nossa vida, raramente recusamos. Mas se fores um poder local, podes-te dar aparentemente ao luxo de recusar.
A vontade política de resolver o problema da esterilização de cães e gatos, isto é, animais de companhia perante a lei, parece estar cada vez mais evidente.
Isto porque dos municípios que podiam candidatar-se foram poucos, apenas 36. E desses municípios o valor usado foi apenas de cerca de 63 mil euros, no total de 500 mil euros,
Para André Silva do PAN, “esta realidade vem comprovar que fazer leis e assegurar meios para se cumprirem não é suficiente se os responsáveis pela sua implementação não assumirem um compromisso honesto com as mudanças que são necessárias para resolver os problemas e continuarem a esconder-se em argumentos que espelham opções de desresponsabilização e de laxismo. Para resolver problemas precisamos de mudança de atitudes e de responsáveis políticos focados nas soluções”.
Dinheiro oferecido não foi solicitado
O valor de 500 mil euros foi fruto de um projeto de lei do PAN para dar uma vida digna aos gatis e canis do nosso país. Esta verba teve também em paralelo a aprovação da lei que proíbe o abate de animais em canis municipais.
A informação de apenas 13% do valor ter sido usado foi remetida pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural em 26 de outubro de 2018. Naquele documento, disponibilizado mais abaixo, pode ler-se que “manifestaram intenção de soliciar apoio no âmbito desta campanha 114 municípios”, mas a realidade demonstra que apenas 36 receberam efetivamente alguma verba.
Como se diz na gíria popular, “a cavalo dado não se olha o dente”, mas parece que mesmo dado, há ainda quem recuse dinheiro para ajudar animais.
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Imagem: Pixabay